1º DOMINGO DO ADVENTO – ANO B
Advento significa
chegada. É a chegada de Cristo. Tem havido muita incompreensão do significado
desta vinda e chegada de Cristo. Para entendê-la, vejamos o que é a compreensão
do Advento, na Liturgia.
O Tempo do Advento
consta de quatro semanas. Estas quatro semanas são divididas em dois momentos:
o primeiro vai até o dia 16 de dezembro. Consta, em geral, de dois domingos. A
Igreja nos convida a refletir sobre a segunda vinda de Cristo.
De 17 a 24 de
dezembro, as comunidades e os cristãos preparam a comemoração do Natal. O
Natal, como sabemos, recorda o nascimento de Cristo que se encarnou no seio da
Virgem Maria.
O evangelista que nos
proporá a Palavra de Deus, neste novo Ano Litúrgico B, é São Marcos. Seguindo esta introdução,
vamos acompanhar a celebração do primeiro domingo do Advento, na espera da
segunda vinda de Cristo.
(Mc 13, 33-37)
Saber o dia e a hora do fim dos tempos é curiosidade
que Jesus Cristo não quer satisfazer, porque não coopera em nada para o Reino.
Estamos iniciando um novo Ano Litúrgico com o Tempo
do Advento. O Tempo do Advento nos leva a refletir em torno das duas vindas de
Cristo.
A primeira vinda de
Cristo já aconteceu: o nascimento do Filho de Deus feito gente como nós. É o
fato histórico que comemoramos no Natal.
A segunda vinda ainda
não aconteceu. Ela acontecerá no fim dos tempos. Jesus Cristo prometeu que
voltaria ao mundo no final dos tempos.
A primeira vinda de
Cristo garante a segunda vinda. Assim como ele veio uma primeira vez, virá uma
segunda vez. Na primeira vez, ele veio para iniciar a obra da salvação.
Aquilo que foi iniciado na primeira vinda será completado na
segunda vinda. Logo, a Igreja faz bem em convidar-nos a refletir em torno das
duas vindas. Ambas são importantes para a humanidade.
Interessa, agora,
perguntar-nos o que temos a ver com estas duas vindas de Cristo. Da primeira,
já sabemos tudo. Da segunda, o que sabemos? Com relação à primeira vinda de
Cristo, no Natal, nada mais podemos fazer: ela já aconteceu. O nosso
compromisso é com a segunda vinda. Esta sim podemos e devemos preparar. Como
prepará-la, se não sabemos dia e hora em que irá acontecer?
A Palavra que acolhemos,
hoje, do profeta Isaías e do apóstolo Paulo, já dão a direção de nossa
reflexão. As palavras do Evangelho completam. Com certeza, tanto a primeira
vinda de Cristo como a segunda, têm como finalidade o nosso bem, a nossa
felicidade. Deus nunca se manifesta para condenar o povo de Deus. O próprio
acontecimento do dilúvio, a que Jesus se refere no Evangelho, aconteceu não
como castigo, mas como purificação da humanidade. De acontecimentos como
o dilúvio, surge sempre uma nova etapa no caminho da salvação.
Pois aí está o ponto
chave da nossa reflexão neste domingo. A segunda vinda de Cristo, como a
primeira, será para nossa felicidade. Isto parece difícil de entender, porque
fomos formados, desde muito tempo, para ter medo da segunda vinda de Cristo. Na
verdade, interessa cultivar a esperança na segunda vinda de Cristo. Esperança
de quê?
A esperança da segunda
vinda de Cristo tem por base o mundo novo que vai surgir. O fim dos tempos –
anunciado na Bíblia – não significa alguma coisa pavorosa, mas esperançosa. Por
que razão esperançosa? Porque haverá “novo céu e nova terra”. Não se trata
tanto do fim do mundo, mas do começo do céu. Para que o novo aconteça, é
preciso que termine o velho. Deus não quer destruir o nosso mundo, mas quer
transformá-lo.
Aí está o nosso
envolvimento com a preparação da segunda vinda de Cristo. Assim como o povo
judeu preparou, por muitos séculos, a primeira vinda de Cristo, nós vamos
preparar a segunda vinda. Na primeira vinda, ele veio como o MESSIAS esperado
para construir o povo de Deus. Nós não o aguardamos mais como MESSIAS, mas como
o DEUS FIEL que vai cumprir suas promessas de um mundo de paz e felicidade.
Daí a nossa vigilância.
Nossa vigilância não significa que não sabemos o que virá. Sabemos que nos
esforçamos para construir o Reino de Deus já aqui na terra, até que ele venha
para dar o toque final. Tudo o que fizermos de bom é em preparação ao novo céu
e a nova terra, onde tudo será sempre bem; onde todos serão bons.
Então, temos condição de
perceber que a esperança de um mundo transformado provoca nossa vigilância.
Não se trata de ter medo, mas de cultivar a esperança. Nossa tarefa, neste
Advento, é levar a esperança que cultivamos em nós, para os demais irmãos e
irmãs. Para que todo o povo reacenda a esperança. Vale a pena, a gente se
comprometer com a causa do Reino de Deus, porque, quando Cristo vier a segunda
vez, o Reino irá começar pra valer!
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