terça-feira, 22 de novembro de 2016

DESPERTEMOS! O TEMPO DA GRAÇA CHEGOU!

INÍCIO DE UM NOVO ANO LITÚRGICO 

I DOMINGO DO ADVENTO ANO A

O Ciclo do Natal se inicia com o Advento e neste tempo nós começamos nossa preparação para a comemoração do Nascimento de Jesus, para a chegada do Menino Deus e Rei em nossas vidas. A cada ano celebramos esta chegada e proponho uma chamada de consciência para verdadeiramente aceitarmos Cristo como nosso único Rei e Salvador, Caminho, Verdade e Vida.


(Is 2,1-5) - (Rm 13,11-14) - (Mt 24,37-44)

O primeiro domingo do Advento é o início do ano litúrgico. Para os cristãos, é o verdadeiro “ano novo”, pois a nossa vida de fé é marcada e ritmada pela celebração do Mistério de Deus. O Advento é tempo de preparação para o Natal; tempo que deve ser vivido numa dupla atitude: intensificar a leitura e a meditação da Palavra de Deus e a penitência.

O texto da liturgia de hoje é parte do discurso escatológico de Jesus (Mt 24,1–25,46); discurso sobre o fim. Entenda-se fim não como término, mas como aquilo que é definitivo para a existência humana. Normalmente, a linguagem utilizada para este tipo de discurso é a apocalíptica, que tem um tom um tanto dramático e, por vezes, causa certo medo nas pessoas que não ultrapassam o sentido primeiro do texto.

Em nosso caso, o discurso é exortação aos discípulos a colocarem a sua confiança naquilo que não passa. O precursor deste tipo de linguagem na Bíblia é o livro de Daniel (Dn 7–12), escrito em meados do segundo século antes de Cristo.

A evocação do tempo de Noé e o dilúvio servem para colocar os discípulos, destinatários do discurso (cf. Mt 24,1), de alerta e para os convidar a uma atitude de engajamento e coerência com sua vocação cristã. O dilúvio, como evento de purificação, é água divisora entre um antes e um depois. Parece que o dilúvio os faz abrir os olhos quanto ao modo como viviam: nada percebiam, “até que veio o dilúvio e arrastou a todos” (v. 39). A vida do ser humano não se encerra nos limites da história, nem se resume em comer e beber, nem em procurar “aproveitar a vida”.

Na descrição sumária do tempo de Noé, Deus não aparece; é como se ele não contasse para nada. A excessiva preocupação com questões relativas à vida de cada dia e com o bem-estar pode não só nos distanciar das coisas do céu, como também nos fazer prescindir do próprio Deus ou até ignorar sua presença. A história do tempo de Noé, antes do dilúvio, serve para ilustrar esta situação e interpelar os discípulos a que mantenham a vida referida a Deus.

A fé em Deus exige uma vida conforme a sua vontade: “Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor!, entrará no Reino dos céus, mas o que faz a vontade do meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21). A vida de quem crê deve ser a expressão da fé que ele professa e do Deus em quem ele põe a sua esperança e confiança. O principal é buscar o Reino de Deus, que antecede todas as coisas, e por Deus o necessário é dado (ver: Lc 12,22-31).

A imprevisibilidade da vinda do Filho do Homem exige uma atitude diferente das pessoas do tempo de Noé, anteriores ao dilúvio (cf. v. 39b-41). A atitude requerida é a da vigilância (cf. v. 42). Vigilância é trabalho de discernimento, é empenho na atividade cotidiana que engaja o homem na sua missão, fruto do seguimento de Jesus Cristo. “É hora de despertarmos do sono”, diz Paulo, “abandonemos as obras das trevas, e vistamos as armas da luz; procedamos honestamente como em pleno dia […]. Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,11-14).

O tempo litúrgico do Advento convida-nos à preparação para acolher o Senhor que vem. O apelo insistente da Igreja questiona a tendência dos cristãos a serem acomodados, quando não contaminados pela mentalidade mundana, centrados na busca desenfreada do prazer e na consecução de interesses pessoais.

Desconhecendo o dia e a hora em que o Senhor virá, o discípulo deve estar sempre pronto para recebê-lo. A prontidão cristã é feita de pequenos gestos de amor, na simplicidade do quotidiano. Nada de ações mirabolantes nem de tarefas heróicas a serem cumpridas! Exige-se do discípulo apenas amor sincero e gratuito a Deus e ao próximo.

O episódio bíblico acerca da figura de Noé e do dilúvio ilustra a atitude contrária àquela do discípulo do Reino. A devastação diluviana tomou de surpresa a humanidade. Ninguém, além de Noé e de sua família, deu-se conta do que estava para acontecer. Por isso, comia-se, bebia-se e se celebravam bodas, na mais total ignorância da fúria destruidora da natureza que se abateria sobre a Terra.

O Senhor espera encontrar os discípulos do Reino vigilantes, quando de sua chegada. A menor desatenção pode revelar-se perigosa. Por isso, o egoísmo jamais poderá ter lugar no coração de quem quer ser encontrado pelo Senhor. Só existe uma maneira de preparar-se para este momento: amar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

DEUS ACOLHE A SÚPLICA DO HUMILDE!

30º  DOMINGO  DO TEMPO COMUM ANO C

1ª Leitura - Eclo 35,15b-17.20-22a 
A prece do humilde atravessa as nuvens.


Leitura do Livro do Eclesiástico 35,15b-17.20-22a 
O Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas. Ele não é parcial em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas. Quem serve a Deus como ele o quer, será bem acolhido
e suas súplicas subirão até as nuvens. A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha, faça justiça aos justos e execute o julgamento.
Palavra do Senhor.

Sl 33,2-3.17-18.19.23 
R.O pobre clama a Deus e ele escuta: 
o Senhor liberta a vida dos seus servos.

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,*
seu louvor estará sempre em minha boca.
Minha alma se gloria no Senhor;*
que ouçam os humildes e se alegrem! R.

mas ele volta a sua face contra os maus,*
para da terra apagar sua lembrança.
Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta*
e de todas as angústias os liberta. R.

Do coração atribulado ele está perto*
e conforta os de espírito abatido.
Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos,*
e castigado não será quem nele espera. R.

2ª Leitura - 2Tm 4,6-8.16-18
Agora está reservada para mim a coroa da justiça.

Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo 4,6-8.16-18
Caríssimo: Quanto a mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia;
e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa. Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram. Oxalá que não lhes seja levado em conta. Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão. O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.
Palavra do Senhor.

Evangelho - Lc 18,9-14
O cobrador de impostos voltou para casa justificado, o outro não.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas
 Naquele tempo: Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: 'Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda'. O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: `Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!' Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.'
Palavra da Salvação.

HOMILIA


O fariseu e o publicano: dois modos de dialogar com Deus
Todos os homens participam da mesma impotência e são solidários no mesmo estado de ruptura com Deus; não podem salvar-se por si mesmos, isto é, não pode entrar sozinhos na amizade de Deus. O primeiro ato de verdade que o homem deve fazer é reconhecer-se ser pecador, impotente para se salvar, e abrir-se pois, à ação de Deus.
Vemos, na parábola, dois modos de conceber o homem e sua relação com Deus. A oração do fariseu é uma ação de graças a Deus. Mas só aparentemente. Na realidade é um pretexto para louvar-se a si mesmo e não a Deus, comprazer-se a si mesmo por não ter pecado algum e pelo mérito das boas obras; diante disso se considera justificado e “exige” de Deus a recompensa. A oração do fariseu não é oração, é seu oposto. O publicano, ao contrário, está “na verdade”: consciente de sua culpa e de não ter méritos diante de Deus. Pede misericórdia A sua é verdadeira oração. Assim, pode-se perceber por trás das duas personagens da parábola a oposição entre dois tipos de justiça: a do homem que pensa poder realiza-la pelo comprimento perfeito da lei, e a que Deus concede ao pecador, que se reconhece como tal e se converte. O tema paulino da justificação mediante a fé já se encontra delineado nesta parábola.
Por que a fé em Cristo “justifica” o homem
O cristão é realmente homem justificado pela fé em Cristo, naquele que é ao mesmo tempo dom substancial do Pai e homem entre os homens e que pôde dar a única resposta agradável a Deus. É este motivo pelo qual a fé em Jesus salva. De fato, Jesus inaugura na sua pessoa o reino do Pai, no qual se realiza o destino do homem. De si, como, de seus irmãos, Jesus exige renúncia absoluta, que implica na fidelidade à condição de criatura: renúncia até a morte e, se necessário, até à morte de cruz. É o salvador do mundo que fala assim.
Como pode esse homem, que levou até as últimas consequências a revelação da condição humana, proclamar-se ao mesmo tempo salvador da humanidade? A esta pergunta há uma só resposta: verdadeiramente, este homem é o Filho de Deus; Deus amou tanto o mundo que, por isso, lhe deu seu Filho único; ao mesmo tempo, ele é homem entre os homens; a sua fidelidade de criatura é, por identidade, uma fidelidade filial. A resposta ativa deste homem encontra-se perfeitamente com a iniciativa divina da salvação. Como homem,
A fé, fonte de vida nova – vida de filho
A união a Cristo nos torna capazes da mesma “fidelidade filial” até a cruz. O homem é “justificado” porque a fé em Cristo lhe dá acesso ao Pai na qualidade de filho adotivo. A salvação é dom divino; torna-se, no homem, fonte de uma atividade filial, em que se realiza, ilimitadamente, a fidelidade à nova lei do amor. Paulo, o arauto da justificação pela fé, é também a grande testemunha da vida nova que vem da fé em Cristo. Agora, velho, no cárcere, na expectativa da condenação à morte, reflete sobre sua vida. Sua experiência de Cristo termina por um malogro humano: todos abandonaram, nenhum o defendeu em juízo. Mas ele “conservou a fé” combateu por Cristo e permaneceu fiel até a meta final. Sua esperança o leva à certeza da “ recompensa” que receberá de Cristo por sua dedicação e amor a exemplo de Jesus. Hoje a suficiência farisaica
não é mais observância de uma, lei: toma outro nome.

Em muitos ela é a convicção de que o homem pode salvar-se como homem, apelando unicamente para seus recursos. O homem salva o homem mediante a ciência, a política, a mais arte...É por isso mais do que nunca necessário que os cristãos anunciem ao mundo, Cristo como salvador. A salvação que traz não se opõe à salvação humana. Mas a conduz à plenitude. Com a celebração dos sacramentos, especialmente da eucaristia, os cristãos dão testemunho da necessidade da intervenção divina na vida do homem, põem-se sob a ação de Deus presente, com seu espírito, e fazem a experiência privilegiada da justificação obtida mediante a fé em Jesus Cristo, Devem, por isso, estar continuamente vigilantes para não participarem dos sacramentos com espírito farisaico.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A FÉ VERDADEIRA É TRANSFORMADORA E SERVIÇAL!

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C


Hab 1,2-3;2,2-4 – Sl 94 – 2Tm 1,6-8.13-14 – Lc17,5-10

A vida cristã se desenvolve da fé. Por isso, o profeta Habacuc afirma que “o justo viverá por sua fé”. A fé acompanhou os patriarcas, alimentou os profetas e sustentou os que creram em Jesus, Essa fé depende também de nosso desejo de crescer. Por isso Paulo insiste que devemos soprar as brasas e reavivar o fogo do dom que nos foi dado.
Como uma sementinha
Os discípulos, na convivência com Jesus, Pediam que lhes ensinasse as realidades do Reino. Ora querem aprender rezar. Jesus ensina o Pai Nosso. Pedem para aumentar sua fé. Jesus diz que sua fé, mesmo sendo muito pequena, teria a força para arrancar uma planta e plantá-la no mar. Duas maravilhas: a força de transplantar e fazê-la crescer onde não e lugar apropriado: no mar. Fé tem uma força sem limites porque está unida ao próprio Deus que a doa a sua gratuitamente. Se é dom gratuito, quando servimos Deus não fazemos nada especial. Estamos agradecendo e fazendo o que devíamos fazer. Deus não tem obrigações para conosco. Por isso, nem nossas atividade fazemos coisa maravilhosas pela força da fé. Abraão partiu para uma terra que ele não sabia onde era... Moisés conduziu o povo no deserto, como se visse o invisível (Hb 11,27) – como lemos na carta aos Hebreus. Jesus dá o testemunho dessa fé quando se encarnação usando as prerrogativas de sua divindade. Nascer em nossa humanidade é pela força da fé é a participação e Deus. Por isso, o justo vive de fé.
A fé e serviçal
A fé é responder e aderir com amor a Deus que chama a si para os irmãos. É dom gratuito dado a todos. Torna-se necessário corresponder a ele com totalidade, Os santos não ficaram santos por dons especiais, mas porque acolheram com totalidade a fé e se puseram a serviço dos irmãos. Jesus faz uma comparação difícil ao primeiro momento: fazer tudo e dizer: somos servos inúteis; fizemos o que devia ser feito (Lc 17,10). Significa que nada que fizemos por ela. Só podemos agradecer. Servir já é agradecer. A fé não é crer num punhado de grandes verdades, mas acolher um dom ao qual respondemos com serviço a Deus feito pelos irmãos. Deus não deve nada a ninguém. Nossa fé reascende na medida em que damos o testemunho e guardamos o precioso depósito da fé com ajuda do Espírito Santo que habita em nós (2Tm 1, 14). Quanto menos cobrarmos de Deus, mais seremos enriquecidos.
A vida é um dom
A vida e plena em todos os momentos. A fé nos leva a aceitar a presença de Deus em cada ser humano desde o primeiro instante de sua concepção. Respeitar a vida do nascituro é crer na esperança colocada em cada pessoa.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo
Ave Maria...

terça-feira, 20 de setembro de 2016

A RIQUEZA QUE ALIENA DOS BENS DO REINO

26º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C

Am 6,1ª. 4-7 – Sl 145 - 1Tm 6, 11-16 – Lc 16,19- 31


Pobreza e riqueza são tão antigas no mundo. Mas sempre constituíram problemas. As interpretações e soluções são várias. Há os que ligam pobreza e riqueza à sorte e ao acaso. Os que veem na pobreza o sinal da incapacidade e da desordem moral, e na riqueza e o prêmio da inteligência e da virtude. Para outros, é precisamente o contrário: os honestos não enriquecem, porque para enriquecer é preciso ser um tanto inescrupuloso. Riqueza coincide com exploração do homem pelo homem; o rico é ladrão, pronto para tudo a fim de defender privilégios. Surge a desordem, a sociedade violenta. E surge o problema: como fazer justiça? Como dividir com justiça os bens da terra e o fruto do trabalho do homem? Como mudar a ordem das coisas?
Felizes os pobres, ai dos ricos
Na Bíblia também encontramos dupla leitura da pobreza e da riqueza. Por um lado, a pobreza é escândalo, um mal a ser eliminado, um mal que é como cristalização do pecado, enquanto há na riqueza o sinal da bênção de Deus. O amigo de Deus é o homem dotado de todos os bens. O pobre é aquele no qual se manifesta a desordem do mundo.
Mas há também toda uma linha profética que termina no ai de vós os ricos! De Jesus e que vê na riqueza o perigo mais grave de auto -suficiência e de afastamento de Deus e insensibilidade para com o próximo. E em contraposição ao ai de vós, os ricos! Há o felizes os pobres: a pobreza se torna uma espécie de zona privilegiada para a experiência religiosa. O pobre é o amado de Deus; a ele é anunciado o Reino. O pobre é o primeiro destinatário da Boa-nova. A pobreza não é mais a desgraça ou escândalo, mas bem-aventurança. A bem-aventurança do pobre será plenamente revelada depois da morte, com uma inversão da situação (evangelho).

O evangelho é denúncia profética de toda ordem injusta

A parábola do rico e do pobre Lázaro ser considerada então como a aceitação fatalista de uma desordem constituída, na qual os ricos se tornam sempre mais ricos e pobres mais pobres, e em que o rico oprime o pobre? Como consolação alienante para os pobres deste mundo? A religião será o ópio que entorpece e mantém inquietos os pobres? Não é evangélico esse modo de ler a parábola; é uma caricatura do evangelho. O evangelho é denúncia profética de qualquer ordem injusta, e é revelação das causas profundas da injustiça. O pobre pode ser também rico em potencial, e lutar não pela justiça, mas para tomar o lugar dos patrões. O evangelho é apelo à conversão radical para todos, pobres e ricos, conversão a ser feita imediatamente.

...e força de transformação do mundo

A parábola mostra como perspectiva do futuro tem influência sobre o hoje e como relação do homem com o homem incide na sua vida definitiva na presença de Deus. O evangelho é uma força dinâmica de transformação continua. A aventura do amor, inaugurada por Cristo e prosseguida depois dele, convidando o homem a consentir ativamente na lei da liberdade, causou, de fato, mudança progressiva nas relações dos homens...Não é, porém, um manifesto revolucionário nem um programa de reforma em matéria social. É algo maior mais essencial. O evangelho não nos ensina nada sobre revolução. Tentar construir uma teologia da revolução a partir do evangelho é iludir-se e não captar o essencial. No plano dos objetivos e dos meios, os cristãos e os não-cristãos devem apelar para os recursos da razão humana, científica e moral; uns e outros devem procurar soluções eficazes, ainda que os comportamentos concretos possam divergir. Mas os cristãos, conquistados pela aventura do amor e só na medida que aceitam vive-la como Cristo e em seu seguimento, estarão mais atentos em fazer com que ela não degenere em novas opressões e novo legalismo.


Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo...