quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

III DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A

JESUS, LUZ DO MUNDO

Is 8,23b- 9,3 – Sal 26 – 1 Cor 1,10-13.17 – Mt 4,12-23

A luz é uma das necessidades primordiais do homem. Não é apenas um elemento necessário á vida, mas como que a imagem da própria vida. Isso influi profundamente na linguagem para qual “ver luz”, “vir luz” significa nascer; “ver a luz do sol” é sinônimo de viver... Ao contrário, quando um homem morre, diz-se que se “apagou”, que ‘fechou os olhos á luz “... A Bíblia usa esta palavra como símbolo da salvação. O salmo responsorial põe a luz em estreita relação com a salvação. ”O Senhor é minha luz e minha salvação”. “Deus é luz e nele não há trevas”. “Habita uma luz inacessível. Em Jesus. A luz de Deus vem brilhar sobre a terra: “Veio ao mundo á luz verdadeira que ilumina todo homem”. “Eu como luz vim ao mundo, para que o que crê em mim não permaneça nas trevas”
Passar das trevas á luz
Arrancando ás trevas do pecado e imerso na luz de Cristo, através do batismo, o cristão deve fazer as obras da luz: “Se outrora éreis treva, agora sois luz no Senhor. Comportai-vos, pois, como filhos da luz”. A passagem das trevas á luz é conversão, a entrada no reino de Deus. Sabemos o que quer dizer converte-se e fazer penitência. Indica mudança radical da nossa vida, uma inversão na escala dos valores que o mundo propõe e das nossas preocupações cotidianas, que não são certamente os que o evangelho propõe no sermão da montanha. O reino de Deus está presente ou desaparece, aproxima-se ou distancia conforme a nossa vontade de conversão. Esta, por seu lado, jamais se pode considerar completa de uma vez para sempre, mas é uma tensão cotidiana. Assim como a fidelidade não é algo que se adquiri no momento da promessa, mas uma realidade a viver cada minuto. Por outro lado, o cristão, mesmo depois do batismo, nunca é pura luz, é um misto de luz e trevas; por isso, sua vida é luta. Mas Cristo o reveste das armas da luz. Assim, o cristão está seguro de que depois de ter “participado na terra da sorte dos santos na luz” “brilhara como o sol no reino do Pai” e “na sua luz verá a luz. João Batista e Cristo resumem sua pregação no convite á conversão: judeus, que ouviam este anúncio formulava muitas vezes objeções: Nós somos filhos de Abraão, vivemos na segurança de um povo escolhido por Deus, temos as instituições religiosas que nos garantem a possibilidade de observar a Lei. Não temos necessidade de converter-nos.
Evangelização é Luz
Esta é, muitas vezes inconscientemente, a atitude de grande número de cristãos, para os quais a palavra conversão parece estranha, distante aplicável somente a quem “vive nas trevas do erro e do pecado”... A evangelização cristã começa em Cafarnaum como anúncio de Jesus: “Convertei-vos”. Este anúncio deve ressoar continuamente também em nossas comunidades tradicionais. Hoje estamos redescobrindo a necessidade de uma volta á evangelização. Nossa pastoral do passado considera-a consumada, e se limitava quase exclusivamente à catequese. Agora percebemos que isto não é mais suficiente.
Conversão é luz
Como Cristo, também a Igreja deve, hoje como sempre, empenhar-se em libertar o homem do pecado, pois o anúncio da conversão é o fim primário que justifica sua própria existência. Nela deve manifestar-se constantemente a liberdade do Espírito no serviço recíproco, no reconhecimento e na coordenação dos dons que Deus faz a cada um dos fiéis, e assim deveria ser, diante do mundo o sinal visível do reino de Deus na terra. Por isto, a Igreja como instituição também e continuamente interpelada e julgada pela palavra de Deus. Também ela está em estado de conversão permanente. O cristão que, “movido pelo Espírito, está atento e dócil á palavra de Deus, segue um itinerário de conversão para ele... que Poe comportar, ao mesmo tempo, a alegria do encontro e a contínua exigência de ulterior busca; o arrependimento pela infidelidade e a coragem de recomeçar; a paz da descoberta e ânsia de novos conhecimentos; a certeza da verdade e a constante necessidade de nova luz”.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.