JESUS, LUZ DO MUNDO
Is 8,23b- 9,3 – Sal 26 – 1 Cor 1,10-13.17 – Mt 4,12-23
A luz é uma das necessidades
primordiais do homem. Não é apenas um elemento necessário á vida, mas como que
a imagem da própria vida. Isso influi profundamente na linguagem para qual “ver
luz”, “vir luz” significa nascer; “ver a luz do sol” é sinônimo de viver... Ao
contrário, quando um homem morre, diz-se que se “apagou”, que ‘fechou os olhos
á luz “... A Bíblia usa esta palavra como símbolo da salvação. O salmo
responsorial põe a luz em estreita relação com a salvação. ”O Senhor é minha
luz e minha salvação”. “Deus é luz e nele não há trevas”. “Habita uma luz
inacessível. Em Jesus. A luz de Deus vem brilhar sobre a terra: “Veio ao mundo á
luz verdadeira que ilumina todo homem”. “Eu como luz vim ao mundo, para que o
que crê em mim não permaneça nas trevas”
Passar das trevas á luz
Arrancando ás trevas do pecado e
imerso na luz de Cristo, através do batismo, o cristão deve fazer as obras da luz: “Se outrora éreis treva,
agora sois luz no Senhor. Comportai-vos, pois, como filhos da luz”. A passagem
das trevas á luz é conversão, a
entrada no reino de Deus. Sabemos o que quer dizer converte-se e fazer
penitência. Indica mudança radical da nossa vida, uma inversão na escala dos
valores que o mundo propõe e das nossas preocupações cotidianas, que não são
certamente os que o evangelho propõe no sermão da montanha. O reino de Deus
está presente ou desaparece, aproxima-se ou distancia conforme a nossa vontade
de conversão. Esta, por seu lado, jamais se pode considerar completa de uma vez
para sempre, mas é uma tensão cotidiana. Assim como a fidelidade não é algo que
se adquiri no momento da promessa, mas uma realidade a viver cada minuto. Por
outro lado, o cristão, mesmo depois do batismo, nunca é pura luz, é um misto de
luz e trevas; por isso, sua vida é luta. Mas Cristo o reveste das armas da luz. Assim, o cristão está
seguro de que depois de ter “participado na terra da sorte dos santos na luz”
“brilhara como o sol no reino do Pai” e “na sua luz verá a luz. João Batista e
Cristo resumem sua pregação no convite á conversão: judeus, que ouviam este
anúncio formulava muitas vezes objeções: Nós somos filhos de Abraão, vivemos na
segurança de um povo escolhido por Deus, temos as instituições religiosas que
nos garantem a possibilidade de observar a Lei. Não temos necessidade de
converter-nos.
Evangelização é Luz
Esta é, muitas vezes
inconscientemente, a atitude de grande número de cristãos, para os quais a
palavra conversão parece estranha, distante aplicável somente a quem “vive nas
trevas do erro e do pecado”... A evangelização cristã começa em Cafarnaum como
anúncio de Jesus: “Convertei-vos”. Este anúncio deve ressoar continuamente
também em nossas comunidades tradicionais. Hoje estamos redescobrindo a necessidade de uma volta á evangelização. Nossa
pastoral do passado considera-a consumada, e se limitava quase exclusivamente à
catequese. Agora percebemos que isto não é mais suficiente.
Conversão é luz
Como Cristo, também a Igreja
deve, hoje como sempre, empenhar-se em libertar
o homem do pecado, pois o anúncio da conversão é o fim primário que
justifica sua própria existência. Nela deve manifestar-se constantemente a
liberdade do Espírito no serviço recíproco, no reconhecimento e na coordenação
dos dons que Deus faz a cada um dos fiéis, e assim deveria ser, diante do mundo
o sinal visível do reino de Deus na terra. Por isto, a Igreja como instituição
também e continuamente interpelada e julgada pela palavra de Deus. Também ela
está em estado de conversão permanente. O
cristão que, “movido pelo Espírito, está atento e dócil á palavra de Deus,
segue um itinerário de conversão para ele... que Poe comportar, ao mesmo tempo,
a alegria do encontro e a contínua exigência de ulterior busca; o
arrependimento pela infidelidade e a coragem de recomeçar; a paz da descoberta
e ânsia de novos conhecimentos; a certeza da verdade e a constante necessidade
de nova luz”.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.