“Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a
com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”
1ª Leitura: (At 12, 1-11); Salmo 33; 2ª Leitura: (2Tm 4, 6-8. 17-12);
Evangelho (Mt 16, 13-19)
A solenidade de São Pedro e de São Paulo é uma das
mais antigas da Igreja, sendo anterior até mesmo à comemoração do Natal. Já no
século IV havia a tradição de, neste dia, celebrar três missas: a primeira na
basílica de São Pedro, no Vaticano; a segunda na basílica de São Paulo Fora dos
Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos
apóstolos ficaram escondidas para fugir da profanação nos tempos difíceis.
Depois da Virgem Santíssima e de
São João Batista, Pedro e Paulo são os santos que têm mais datas comemorativas
no ano litúrgico. Além do tradicional 29 de Junho, há: 25 de Janeiro, quando
celebramos a conversão de São Paulo; 22 de Fevereiro, quando temos a festa da
cátedra de São Pedro; e 18 de Novembro, reservado à dedicação das basílicas de
São Pedro e São Paulo.
Antigamente, julgava-se que o
martírio dos dois apóstolos tinha ocorrido no mesmo dia e ano e que seria a
data que hoje comemoramos. Porém o martírio de ambos deve ter ocorrido em
ocasiões diferentes, com são Pedro, crucificado de cabeça para baixo, na colina
Vaticana e são Paulo, decapitado, nas chamadas Três Fontes.
Mas não há certeza quanto ao dia,
nem quanto ao ano desses martírios. A morte de Pedro poderia ter ocorrido em
64, ano em que milhares de cristãos foram sacrificados após o incêndio de Roma,
enquanto a de Paulo, no ano 67. Mas com certeza o martírio deles aconteceu em
Roma, durante a perseguição de Nero.
Há outras raízes ainda envolvendo
a data. A festa seria a cristianização de um culto pagão a Remo e Rômulo, os
mitológicos fundadores pagãos de Roma.
São Pedro e São Paulo, não fundaram a cidade, mas são considerados os “Pais de Roma”. Embora não
tenham sido os primeiros a pregar na capital do império, com seu sangue
“fundaram” a Roma cristã. Os dois são considerados os pilares que sustentam a
Igreja tanto por sua fé e pregação como pelo ardor e zelo missionários, sendo
glorificados com a coroa do martírio, no final, como testemunhas do Mestre.
São Pedro é o apóstolo que Jesus
Cristo escolheu e investiu da dignidade de ser o primeiro papa da Igreja. A ele
Jesus disse: “Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja”. São
Pedro é o pastor do rebanho santo, é na sua pessoa e nos seus sucessores que
temos o sinal visível da unidade e da comunhão na fé e na caridade.
São Paulo, que foi arrebatado
para o colégio apostólico de Jesus Cristo na estrada de Damasco, como o instrumento
eleito para levar o seu nome diante dos povos, é o maior missionário de todos
os tempos, o advogado dos pagãos, o “Apóstolo dos Gentios”.
São Pedro e são Paulo, juntos,
fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro e o farão para todo o
sempre, porque assim quer o Mestre.
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