segunda-feira, 2 de junho de 2014

A IGREJA VIVE NO ESPÍRITO DE CRISTO



At 2,1-11 - Sl 103 - 1Cor 12,3b-7.12-13 - Ev Jo 20,19-23 
SOLENIDADE DE PENTECOSTES
A solenidade de Pentecostes celebra um acontecimento capital para a Igreja: a sua apresentação ao mundo, o nascimento oficial com o batismo no Espírito. Complemento da Páscoa, a vinda do Espírito sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova no Ressuscitado no coração e na atividade dos discípulos; início e expansão da Igreja e princípio da sua fecundidade, ela se renova misteriosamente hoje para nós, como em toda assembléia e sacramental, e, de múltiplas formas, na vida das pessoas e dos grupos até o fim dos tempos. A “plenitude” do Espírito é a característica dos tempos messiânicos, preparados pela secreta atividade do Espírito de Deus que “falou por meio dos profetas” e inspira em todos os tempos os atos de bondade, justiça e religiosidade dos homens, até que encontre em Cristo seu sentido definitivo.
O Espírito da aliança universal e definitiva
Não se pode deixar de ligar o acontecimento do Sinai como o de Jerusalém; a assembléia das doze tribos corresponde á dos apóstolos, novo Israel; fogo e vento manifestam a presença do Deus vivo; é dada a lei da aliança, lei de liberdade que qualifica os filhos de Deus. A aliança, não mais limitada a um povo escolhido para dar conhecer o verdadeiro Deus, é aberta a todos os povos e a todas as raças; não mais caracterizada por um sinal na carne (a circuncisão), ela é espiritual e se exprime pela fé e o batismo (também o de desejo); não mais renovada por homens mortais no decorrer da história, e ela fundada em Cristo “que permanece eternamente”. E precisamente por ser espiritual e definitiva, sua encarnação atual na Igreja do nosso tempo com suas instituições e nas diversas igrejas esparsas por toda terra, com suas peculiaridades, tem valor sacramental, mas também relativo e caduco. É preciso, pois, não considerar absoluto e definitivo algo que não seja próprio Espírito, realidade profunda e inexaurível de tudo o que constitui a vida da igreja no tempo; ações sacramentais, hierarquia, ministérios e carismas, templos e lugares.
Espírito da fidelidade e da coragem
O batismo no Espírito ilumina a comunidade dos amigos de Cristo sobre seu mistério de Messias, Senhor e Filho de Deus; faz com que compreendam sua ressurreição como a plenificação dos planos de salvação de Deus, não só para o povo de Israel, mas para todo o mundo; leva-os a anunciá-lo em todas as línguas e circunstâncias, sem temer perseguições nem morte, Como os apóstolos, os mártires e todos os cristãos, que ouviram profundamente a vos do Espírito de Cristo, tornam-se testemunhas do que viram, do que foi transmitido que e experimentaram em sua existência. No mundo de hoje toda a nossa comunidade é chamada a colaborar co o Espírito da nova vida para renovar o mundo: tanto na atividade cotidiana como nas vocações extraordinárias. E isto, sem perder a coragem, porque “o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza”, corrige e incentiva nosso esforço, faz convergir tudo para o bem comum (2ª leitura), porque todo dom (todo carisma) vem dele, único Espírito do Pai e do Filho.
O Espírito da novidade em Cristo
“Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o evangelho uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a cão moral uma ação de escravos.
Mas no Espírito Santo o cosmos é enobrecido pela geração do Reino, o Cristo ressuscitado está presente o evangelho se faz força no Reino, a Igreja realiza a comunhão trinitária, a autoridade se transforma em serviço, a liturgia é memorial e antecipação, a ação humana se deifica”.

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