terça-feira, 6 de maio de 2014

4º DOMINGO DA PÁSCOA

JESUS RESSUSCITADO MANIFESTA-SE NOS PASTORES DA IGREJA



1ª LEITURA  – Atos 2,14a.36-41-  O texto de Atos traça, de forma bastante completa, o percurso que Cristo, “o Pastor”, desafia os homens a percorrer: é preciso converter-se (isto é, deixar os esquemas de escravidão), ser batizado (isto é, aderir a Jesus e segui-lo) e receber o Espírito Santo para assumir a vocação própria de cada pessoa – (assumir a vocação é acolher a vida de Deus e deixar-se recriar, vivificar e transformar por ela).

2ª LEITURA – 1 Pedro 2,20b-25 A segunda leitura apresenta-nos também Cristo como “o Pastor” que guarda e conduz as suas ovelhas. No contexto concreto em que a leitura nos coloca, seguir “o Pastor” é também assumir a vocação, que é uma resposta à injustiça com o amor, ao mal com o bem. Enquanto o mundo apregoa que cada um cuide de si, os cristãos se dispõem a cuidar dos filhos dos outros na catequese, a preparar liturgias para famílias, a cuidar das coisas da Igreja e da salvação de todos que estão à nossa volta.

EVANGELHO – João 10,1-10 – O Evangelho apresenta Cristo como “o Pastor”, cuja vocação é libertar o rebanho de Deus do domínio da escravidão e levá-lo ao encontro das pastagens verdejantes onde há vida em plenitude (ao contrário dos falsos pastores, cujo objetivo é só aproveitar-se do rebanho em benefício próprio). Jesus vai cumprir com amor essa missão, no respeito absoluto pela identidade, individualidade e liberdade das ovelhas.

Deus não se conforma com o pecado humano e jamais desisti de buscar a salvação da humanidade. Por isso ele, tal como um Bom Pastor, vai ao encontro das ovelhas e busca curar aquelas feridas pelas consequências do pecado. Daí vem o convite divino:  “Convertei-vos”.  Converter-se é deixar os velhos esquemas de egoísmo, de prepotência, de orgulho, de autossuficiência que tantas vezes constituem o cenário privilegiado em que se desenrola a vida, para ir atrás de Jesus e aprender com Ele a viver a vocação específica de cada um de nós: amar, servir, dar a vida.  Diante do amor divino, o salmista diz: O Senhor é meu pastor: nada me faltará. Por isso, quem ouve a voz do Pastor da Vida, passa a viver a vocação alimentada pelo amor divino, isto é: responder à injustiça com o amor, ao mal com o bem.
Jesus, afirma que é o Pastor, mas afirma também que é a PORTA das ovelhas. Podemos refletir que ao passar por esta PORTA os cristãos não ficam confinados. Lembremo-nos que Jesus chama os discípulos, os acolhe e os ensina para depois enviá-los em missão. Por isso, podemos pensar a Igreja como um templo de quatro portas. Duas delas são portas de entrada e outras duas são portas de saída. As portas de entrada são: 1- A porta do mistério; 2- A porta da instituição. Cada um de nós pode entrar por uma destas portas. Pela porta do mistério entram as pessoas quando são tocadas pela dor ou pelo amor. A porta da instituição acolhe as pessoas que são batizadas ainda crianças e que jamais abandonam a fé.  
Já as portas de saída são: 3- a porta da missão; 4- a Porta do Reino. Tanto as pessoas que foram motivadas a entrar pelo mistério ou pela tradição da fé familiar, também são convidadas a sair pelas portas da Missão e do Reino. A porta da Missão nos leva a anunciar a graça de Cristo ao mundo. A porta do Reino nos leva a lutar contra as forças do mal e, muitas vezes, colocarmos até a própria vida em risco, como é o caso de tantos mártires. A Igreja cumpre a sua missão graças àqueles, aceitando o convite de Jesus, entram pelas portas do Mistério ou da Instituição e que, saindo pelas portas da Missão ou do Reino, vivem a vocação exercida nas diversas dimensões da evangelização. Talvez o grave problema de muitas comunidades seja que pessoas entram na Igreja, mas não aceitam viver a própria vocação fora ou dentro dela.


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