segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

PROPOSTA DE DEUS, RESPOSTA DO HOMEM

TEMPO DA GUARESMA - ANO A 2014 - 1º DOMINGO DA QUARESMA

Genesis 2, 7-9; 3,1-7 - A 1ª leitura afirma que Deus criou o homem para a felicidade e para a vida plena. Quando escutamos as propostas de Deus, conhecemos a vida e a felicidade; mas, sempre que prescindimos de Deus e nos fechamos em nós próprios, inventamos esquemas de egoísmo, de orgulho e de prepotência e construímos caminhos de sofrimento e de morte. A ideia da leitura é esta:Deus criou o homem para ser feliz; deu-lhe a possibilidade de vida imortal; mas o homem pode escolher prescindir de Deus e percorrer caminhos onde Deus não está. Em conclusão: Deus criou o homem para ser feliz e indicou-lhe o caminho da imortalidade e da vida plena; no entanto, o homem escolhe muitas vezes o caminho do orgulho e da arrogância e vive à margem de Deus e das suas propostas. Na opinião do autor, é essa a origem do mal que destrói a harmonia do mundo.

Romanos 5,12-19 – A 2ª leitura propõe-nos dois exemplos: Adão e Jesus. Adão representa o homem que escolhe ignorar as propostas de Deus e decidir, por si só, os caminhos da salvação e da vida plena; Jesus é o homem que escolhe viver na obediência às propostas de Deus e que vive na obediência aos projetos do Pai. O esquema de Adão gera egoísmo, sofrimento e morte; o esquema de Jesus gera vida plena e definitiva. Cristo propôs outro caminho. Ele viveu numa permanente escuta de Deus e das suas propostas, na obediência total aos projetos do Pai. Esse caminho leva à superação do egoísmo, do orgulho, da auto suficiência e faz nascer um Homem Novo, plenamente livre, que vive em comunhão com o Deus que é fonte de vida autêntica (a vitória de Cristo sobre a morte é a prova provada de que só a comunhão com Deus produz vida definitiva). Foi essa a grande proposta que Cristo fez à humanidade. 

Mateus 4,1-11 – O Evangelho apresenta, de forma mais clara, o exemplo de Jesus. Ele recusou – de forma absoluta – uma vida vivida à margem de Deus e dos seus projetos.

ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA REFLEXÃO –

São Paulo, hoje nos propõe dois exemplos: Adão e Jesus, deixando evidenciar a centralidade de Cristo na história da salvação. Adão representa o homem que escolhe viver sozinho e ignora as propostas de Deus. Jesus é o homem que vive na obediência às propostas de Deus. A escolha do homem-Adão gera egoísmo e morte; o caminho do homem-Jesus vida plena e definitiva. A lei sozinha é insuficiente para restaurar a comunhão com Deus: o homem por si mesmo não pode se levantar da queda. Exatamente por isso São Paulo, comparando o significado da ação de Adão e a eficácia da ação de Cristo, demonstra a absoluta superabundância do dom de Deus. Jesus testemunha que uma vida que ignora os projetos do Pai e aposta unicamente nos esquemas de realização pessoal é uma vida perdida e sem real sentido. Somente a amizade divina e a obediência à sua lei nos tornam felizes. Preparemo-nos generosamente para uma renovação interior nesta Quaresma, pela fidelidade às promessas do nosso Batismo. Entrar na Quaresma significa começar um tempo de compromisso particular no combate espiritual que nos opõe ao mal, presente no mundo, em cada um de nós e à nossa volta. Significa renovar a decisão pessoal e comunitária de enfrentar o mal junto com Cristo e dispor-se a lutar contra seus efeitos, sobretudo contra suas causas, até a causa última, que é satanás. Estes são os objetos das três tentações sofridas por Jesus: na primeira tentação, trata-se de fazer Jesus enveredar pelo caminho das esperanças materialistas do povo que esperava um messias que lhes trouxesse bem-estar material, riqueza, prosperidade, fertilidade, pão e prazer; na segunda tentação, aquele “lança-te para baixo”, constitui um apelo à esperança de Israel de um messias que descesse do céu de modo espetacular, à vista do povo – Jesus, porém, renuncia decididamente à fácil tentação de ser um messias milagreiro e espetacular, dizendo um decidido não a uma ação na base do triunfo pessoal, do êxito puramente humano; na terceira tentação, aparece diante de Jesus a sedução de se mover na linha da esperança popular num messianismo político, vitorioso, dominador dos romanos e do mundo inteiro, redução do Reino de Deus a um reino temporal, dependente só de homens.

RELACIONANDO A LITURGIA COM A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014

As tentações do dinheiro fácil – prazer -, do luxo – sinais de riqueza – e do poder é que atraem os traficantes e a maioria das vítimas do tráfico humano. As vítimas do tráfico, em geral, são mulheres e adolescentes entre 15 e 25 anos, de cidades de todas as regiões do Brasil.  Os principais destinos são a Europa e a América Latina. As vítimas são de famílias numerosas e pobres e tem passagem pela prostituição. Na maioria das vezes, mulheres e crianças são levadas para fora do país, aonde são prostituídas, violentadas e vendidas por preços altos. A face mais visível do problema é o turismo sexual e também, a venda de órgãos, adoção ilegal, pornografia infantil, às formas ilegais de imigração com vistas à exploração do trabalho em condições iguais à escravidão, ao contrabando de mercadorias, contrabando de armas e tráfico de drogas. Não é novidade que, tentadas pelo discurso do dinheiro fácil, pessoas sejam tiradas das periferias do Brasil e levadas para a Europa e os EUA. 

RELACIONANDO A LITURGIA COM O NOSSO OBJETIVO – A FAMÍLIA

Aspectos mundanos produzem a ânsia do consumo levando muitos pais a viverem só para si mesmos e para o trabalho, deixando os filhos aos cuidados de instituições ou de terceiros. Em muitos casos, os que recorrem às drogas ou ao álcool o fazem para fugir de situações de carência de autoestima, falta de carinho, que gera a solidão.O distanciamento dos pais  e a solidão tem levado um número cada vez maior de crianças e adolescentes à dependência química, à busca de compensações eróticas ou outros tipos de desvios. O abandono atinge mesmo os mais favorecidos.É preciso que a Pastoral Familiar, a catequese e todas as pastorais, trabalhem estreitamente unida com a Pastoral da Sobriedade. Há também situações em que a carência de meios materiais leva à opção, sempre errada, de buscar uma solução para os problemas no tráfico. Isso, habitualmente, acaba por levar também ao consumo das mesmas drogas. 

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