segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

III DOMINGO DO ADVENTO - ANO A

ALEGRAI-VOS! A LIBERTAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA


(Is 35,1-6ª.10 – Salmo 145 – Tg 5,7-10 – Mt 11, 2-11)
Alegria da volta á pátria, alegria da saúde readquirida, alegria pela liberdade reconhecida, através da qual se é reintegrado na vida civil e religiosa do povo: eis o fruto da intervenção de Deus que salva. Anunciada pelos profetas (1ª leitura) como noivo êxodo, a volta do exílio é vista como um ato do poder e do amor exclusivo de Deus pelo seu povo, embora depois da realidade, tenha favorecido apenas a um pequeno resto de deportados, e não correspondido totalmente ás sua expectativas, Mas o anúncio permanece sempre válido porque voltado para um tempo em que terá seu pleno acabamento. Cristo vem como aquele que guia, em sua volta para Deus, á humanidade perdida, desanimada extenuada. Mas essa volta se explicara no decorrer das gerações; a libertação exige tempo e fadiga; a alegria é antes, a de quem venceu uma das etapas, o que mantém viva sua esperança de atingir a meta final.
Expectativa paciente e operosa
Por isso, é muito atual a exortação de Tiago (2ª leitura) á paciência e á perseverança. Dirige-se a seus “irmãos”, os pobres, pedindo-lhes a paciência á espera da vinda do Senhor.
O apóstolo Tiago exige deles a paciência. Não os incita á revolta. A paciência não é resignação; é fruto do amor, é vontade de descobrir o outro e ajudá-lo de todos os modos a liberta-se do que aliena – inclusive o dinheiro. Isso exige tempo. A paciência que Tiago pede de seus irmãos, os pobres, consiste em medir os ricos com a medida do tempo para amar, antes que a autodestruição dos ricos e poderosos tenha terminado sua tarefa!
É a paciência de quem sabe que o reino de Deus se constrói lentamente, embora os profetas os prevejam com clareza e o anunciem próximo.
E quando, como aconteceu com João Batista (evangelho), há um momento de desânimo, de obscuridade e dúvida (“és tu o que há de vir ou devemos esperar outro?”), a evocação da Palavra de Deus e dos sinais que acompanharam sua presença eficaz basta para restituir a confiança.
O processo de libertação das escravidões e condicionamento interiores e exteriores do homem, ameaça fazer-nos perder a vida a esperança última de tal modo é urgente o dever de revolucionar as estruturas desumanizantes, de conscientizar os homens e de lhes restituir a dignidade e a autonomia de pessoas.
Por outro lado, com muita freqüência, a indolência e o egoísmo dos cristãos abscurecem e debilitam o anúncio da libertação de Jesus, cujos sinais estão hoje, na dedicação aos pobres, aos marginalizados, ás minorias; na defesa dos direitos da consciência, no partilhar realmente e até o fim a sorte dos que não tem esperança.
Não há evangelização que não leve a uma libertação. O alegre anúncio do Cristo libertador só é digno de fé se seus mensageiros sabem vivenciá-lo e ser testemunhas da alegria.
Deus, fonte de alegria
Deus quer a felicidade dos homens, seu bom êxito.
Os cristãos devem saber que a boa nova da salvação é uma mensagem de alegria e libertação. Os cristãos dispõem de muitos modos para comunicar a alegria que os anima, embora estejam expostos ás contradições e a serem julgados absurdos por alguns; trata-se de uma alegria extraordinariamente realista que exprime a certeza de que, apesar das dificuldades e aparentes contradições, o futuro da humanidade está sendo construído; certeza essa baseada na vitória de Cristo.
A alegria mais profunda
As alegrias mais espontâneas no homem são provenientes das seguranças da vida cotidiana, recebidas como bênçãos de Deus: as alegrias, da vindima e da colheita, as do trabalho bem feito ou do merecido repouso, a de uma refeição fraterna, a de uma família unida, a do amor, de um nascimento; tanto as alegrias ruidosas das festas como as alegrias íntimas do coração. Mas existe uma alegria ainda mais profunda; a daqueles que se fazem pobres diante de Deus e tudo esperam dele e da felicidade á sua lei. Nada pode, então, diminuir essa alegria, Mem mesmo a provação. A alegria de Deus é força. A alegria da Igreja em sua condição terrestre é a alegria do tempo da construção.
A celebração eucarística, em torno das duas mesas, a da Palavra e a do Pão, constitui um dos terrenos privilegiados em que se deve comunicar e experimentar, de certo modo. A verdadeira alegria.


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