segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

II DOMINGO DO ADVENTO

SOLENIDADE IMACULADA CONCEIÇÃO DE NOSSA SENHORA


Na Inglaterra e na Normandia já se celebrava no século XI uma festa da conceição de Maria; comemorava-se o acontecimento em si, apoiando-se sobretudo em sua condição miraculosa. Além desse aspecto, santo Anselmo realçou a verdadeira grandeza do mistério que se realiza a concepção de Maria: sua preservação do pecado. Em 1439, o concílio de Basiléia considerou este mistério como uma verdade de fé, e Pio IX proclamou-o dogma em 1854.
Deus quis que Maria para salvação da humanidade, porque quis que o Salvador fosse “filho do homem”; por isto, é aplicada a Maria em sentido pleno a sentença divina ao tentador: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua descendência e a sua; ele te esmagará a cabeça”. E é ela reconhecida como a “nova Eva, mãe de todos os vivos” (1ª leitura).

Assim aparece Maria ao lado de Cristo, o novo Adão, e por isso se nos apresenta como figura da mulher ao lado do homem na salvação da humanidade. Lembra e exalta o lugar e o papel da virgem, da esposa, da mãe, da viúva, na sociedade, na Igreja e no mundo; reivindica a dignidade da mulher contra tudo o que atenta contra ela.

A escolha de Deus fez de cada ser humano que nasce, para ser inserido no Cristo, e para ter nele o seu lugar no mundo e na Igreja, é lembrada pela por Paulo na 2ª leitura. Somos todos queridos e amados por Deus, cada um tem seu inconfundível lugar na humanidade, cada um deve aí operar de maneira santa, sem mancha, na caridade. Maria está, certamente, no ápice dessa correspondência como mostra o evangelho.

A cena da anunciação a Maria (evangelho) é a pagina da cooperação de Maria na obra da salvação. O Concílio acentuou fortemente, como faziam os antigos Padres da Igreja, que Maria trouxe á obra de Cristo não uma inerte passividade, mas operosa atividade. O seu “sim” foi mantido e acentuado em toda vida até o Calvário, onde oferece Cristo que se oferecia por nossa salvação. Maria ensina aos homens de hoje que entrar no mistério de Cristo, querer operar a salvação, é pôr-se a “serviço”. Escolhida para mãe, se declara-se “serva”.

Em sua vida progrediu no caminho da fé, da dedicação, da obediência, do amor, da esperança. O mundo está cansado de palavras, de gestos ruidosos, dos que se colocam sempre no primeiro lugar. Maria nos ensina que fazer é mais importante do que falar; ensina-nos a preferir a obra humilde, mas tenaz e cheia de amor, pôr-se a serviço mesmo quando se é chamado a funções importantes. Maria é modelo de fé adulta, esclarecida, conciente, comvicta, responsável, que repercute na vida. É modelo de virtudes maduras, crescidas num exercício contínuo de entrega aos outros, de ininterrupta abertura ao amor. Finalmente. Sua vida de Imaculada atingiu o fulgor de seu amor por Deus e pelos homens.

Um sinal de que o mal foi vencido

Ao lado do verdadeiro Adão foi criada a verdadeira Eva: Maria é parte do mistério de Cristo. Onde havia abundado pó pecado, a graça superabundou. A Imaculada é o “sinal” de que, com a ressurreição de Cristo, o mal já esta vencido “de inicio” se uma criatura pôde ser cheia de graça desde o primeiro instante de sua existência.

A escritura, repetindo o triste refrão: “E fez o que é mal aos olhos do Senhor, imitando os seus pais, quer dar exemplo do implacável contágio do pecado, que o livro do Gênesis exemplifica mais plasticamente, buscando a origem do mal. Maria Santíssima, subtraída do pecado “original” é também a garantia de que, no mundo, o bem é mais forte e mais contagioso que o mal, Com ela, a primeira redimida, tem início uma história de graça “contagiosa’.

Um sinal dos tempos novos


O tema da Imaculada é central no Advento, que se prepara para reviver o “mistério da Redenção” em acontecimento nos quais a graça irrompe superabundantemente. A Encarnação do Verbo, a exultação do Precursor no seio materno, o “Magnificat”, o “Glória” dos anjos, a alegria dos pastores, a luz dos magos, a consolação de Simeão e Ana, a teofania no Jordão antecipam os sinais dos tempos novos. A liturgia torna presente no meio da nossa assembléia a força preservou a Virgem do pecado; de fato, celebra, na eucaristia, o mesmo mistério da redenção, cujos benefícios Maria foi a primeira a gozar e do qual nós participamos, segundo nossa fraqueza e nossas forças.

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